domingo, 8 de agosto de 2010

Trânsito da Capital matou nove; oito eram motociclistas

Aline dos Santos
João Garrigó

No dia 29, motociclista morreu em acidente com carreta na Gury Marques
O mês de junho foi marcado por tragédias no trânsito de Campo Grande. Em 31 dias, foram nove mortes e o mais preocupante: oito mortos eram motociclistas. A estatística é da Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito), que registra somente mortes no local do acidente.

Desde dezembro de 2008, quando foram 11 mortes, o trânsito de Capital não matava tanto. Em junho, foram quatro mortes. A situação dos condutores de moto, em que a “lataria” é o próprio corpo, se agrava diante de comportamentos como não utilizar o capacete de forma correta e pilotar sem ter CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

Diante de tamanha violência nas ruas da Capital, que persiste mesmo com ativação de radares, desde maio o Comitê de Gestão Integrada de Trânsito vai aos locais de acidentes com morte em busca de explicações.

“A gente vai ao local do acidente, tira foto, verifica se há sinalização, conversa com moradores”, afirma a técnica em educação para o trânsito da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Vera Lúcia de Matos.

Segundo ela, não são detectados problemas como falta de sinalização ou de condições de tráfego na via. “É a imprudência, a pressa, a falta de atenção”, reforça.

Explicações - Um dos locais visitados foi a rua Hannah Abdul Ahad, no Jardim Seminário. “É uma rua que tem placa de Pare, com pouco movimento, quase não passa ninguém. É quase inacreditável um acidente com morte”, relata.

No dia 3 de julho, no cruzamento das ruas Hannah Abdul Ahad e Carlota, Silene Terezinha de Rezende Feitosa, 54 anos, perdeu a vida ao colidir com uma caminhonete F-4000. Ela conduzia uma Honda Biz. Na ocasião, foi apontando que Silene pilotava a moto com o capacete pendurado no braço.

Outro ponto visitado foi a avenida Júlio de Castilho. De acordo com ela, há faixa amarela dupla proibindo a ultrapassagem, contudo foi registrado um acidente em que um motociclista morreu após colisão frontal com um ônibus do transporte coletivo. O acidente, no dia 29, causou a morte de Everton Góes Silveira, de 23 anos. No mesmo dia, o motociclista Douglas Willian Lemes Diniz Machado morreu em um acidente com uma carreta na avenida Gury Marques.

O desrespeito ao Código de Trânsito Brasileiro se torna mais evidente nos bairros. “Em maio, fizemos operação no Novos Estados, e a maioria não usava cinto de segurança ou usava capacete sem fechar a jugular”, conta Vera Lúcia.

De acordo com a Ciptran, durante as blitze em bairro, a cada dez condutores fiscalizados, quatro não possuem habilitação. Outra situação verificada nas ruas é que a maioria dos motociclistas coloca o capacete, mas sem fechar e com a viseira levantada.

Desta forma, num acidente, o único recurso de proteção voa e cabeça do condutor acaba batendo diretamente no chão ou contra o outro veículo. Outra prática é comprar primeiro a moto e deixar a CNH para depois.

“A situação é preocupante”, enfatiza Vera. A tentativa de conscientizar os condutores inclui palestras em empresas. “Reforçamos os conceitos de direção defensiva. Orientamos para que os motoristas não se descuidem dos retrovisores”, cita.

Ciclista – Para quem enfrenta o trânsito em uma bicicleta, as orientações são repassadas desde a criança. De acordo com Vera Lúcia, muitos ciclistas insistem em transitar no fluxo contrário aos dos veículos. “Tem que andar sempre do lado direito e no mesmo sentido do trânsito”.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Campanha petista ganha apoio de trabalhadores rurais (Karla Santos)

Em ritmo de campanha, o candidato a governador Zeca do PT visitou hoje a sede da Fetagri [Federação dos Trabalhadores na Agricultura]. Durante a visita, que contou com a presença da vice Tatiana do PV, o candidato ao senado Dagoberto Nogueira (PDT) e a suplente Gilda do PT.

Na ocasião, foi anunciada o apoio da Fetagri e do MST [Movimento dos sem-terra] a coligação “A força do povo”. É a primeira vez que duas principais forças da reforma agrária se unem para apoiar um candidato.

Segundo a presidente da Fetagri, Sandra Costa Soares, o movimento tem uma luta vitoriosa que necessita de união e articulação.

Também presente no evento, Dagoberto Nogueira destacou a representatividade da plateia. “Vejo tantas lideranças, de todos os municípios. Talvez esse seja o lançamento de candidatura com mais pessoas qualificadas e politizadas que participei. Por isso posso dizer que você já é nosso deputado, Geraldo.”

Zeca fez uso da palavra para afirmar que será feito um projeto modelo de reforma agrária e convidou os trabalhadores rurais a abraçarem a causa e “mostrar que é possível não só ganhar as eleições, mas fazer um governo para marcar a história”.